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quarta-feira, dezembro 02, 2009

Ride Planet Earth: What About Us?

A Carris lança a "farpinha" na página de Internet do seu projecto Menos Um Carro: no domingo, 6 de Dezembro, ciclistas de cidades de todo o mundo vão pedalar pelas ruas com o intuito de mostrar «capacidade e vontade de pessoas comuns em fazer algo contra as alterações climáticas» e em Lisboa não se fala disto.

De acordo com a notícia divulgada pelo projecto corporativo, que "pica" desde cedo no Twitter e no Facebook «o movimento Ride Planet Earth já tem alguns meses mas terá no próximo domingo, a um dia da Cimeira de Copenhaga, o seu ponto “mediático” mais alto», tendo em vista «ajudar a convencer os líderes mundiais a tomar acções concretas» e imediatas.

Há que chamar as coisas pelos nomes e se pensar no que retive de uma conversa com Joaquim Martins Lampreia aqui há uns anos (e ele tem tido tantas sobre o mesmo tema) o que se pretente aqui é fazer lobbying. Calma... Isto só quer dizer que o objectivo é influenciar os decisores políticos no sentido da safisfação de interesses socialmente representativos. Neste caso, os interesses são mesmo de uma importância e urgência indiscutiveis, para nós e para as gerações futuras: os governates mundiais devem decidir-se pelo compromisso de redução das emissões de CO2 até ao acordo de Copenhaga.

O lobbying (com ou sem alteração do grafismo) soa mal para os portugueses na ausência de enquadramento jurídico, mas está perfeitamente legitimado e regulado "lá fora". E vamos convir que, cá dentro, até o nosso Presidente da República faz lobbying, a respeito de Copenhaga quando fala das alterações climáticas como aspecto relevante do contexto de realização da Cimeira Ibero-Americana. Não o ouviram falar ontem?

Bom, se o PR fosse da Geração de 70 o seu discurso poderia ser uma das Farpas (em versão suave e institucional), mas como estamos no século XXI, apetece-me chamar-lhe lobbying. Sim, porque os Chefes de Estado e de Governo vão ter de acertar agulhas e quando prestam declarações, sempre exercem influência, sempre pressionam um bocadinho, sempre se inquietam um ao outro - no bom sentido, claro...

É claro que nós, ciclistas da sociedade civil, somos sensibilizados e levamos a pressionar os decisores a partir de baixo (grass roots lobbying), enquanto que Cavaco Silva se entenderá com o Governo,,tendo este o Parlamento Europeu à perna. Ora, a comunicação social também entra no processo de fazer passar as causas no crivo de quem tem o poder de decidir, até porque atinge e molda amplamente a opinião pública, através do que noticia e do modo como o faz.

Grande salada, não é? Na realidade, no que se refere às alterações climáticas, todos temos papeis a desempenhar, não vale a pena empurrar o assunto para a frente, para cima, para baixo ou para o lado. Toca mas é a pedalar e a andar de comboio! Ou de autocarro, movido a energias alternativas. Carro é que não.

Vamos lá fazer isto pessoa a pessoa, extra-jornalismo? Embora lá passar a palavra por aí nas redes sociais, nos blogs e, mais importante ainda, pegar na bicicleta?... Se for mesmo para mudar de hábitos, vale a pena! Eu cá não vejo grandes condições nas ruas para andar de bicicleta em Lisboa (há que seguir o exemplo de outras cidades do país).

Uma "acção concreta" de cada vez, não é Sr. PR? Ou em inglês, One At A Time, como diz a letra da música que a MTV lançou ontem e cujos lucros de downdload vão direitinhos para a campanha de prevenção do HIV/Sida do mítico canal de música.

O intérprete e autor deste tema chama-se Travis McCoy, é vocalista dos Gim Class Heroes e visitou países onde a Sida assume proporções mais dramáticas, encontrando inspiração nos testemunhos de activistas que, todos os dias, lutam contra a ignorância e a resistência para travar a disseminação do vírus na Àfrica do Sul, Índia e Filipinas.

"Não há coincidências" (e eu não pago direitos de autor porque também não os recebo), mas o projecto Ride Planet Earth começou de modo similar, «com uma viagem a solo» e recolha de testemunhos em diferentes países, diz-nos a Carris. Um ciclista chamado Kim Nguyen resolveu por-se a pedalar entre Brisbane, na Austrália e Copenhaga, na Dinamarca e foi recolhendo «mensagens de pessoas afectadas pelas alterações climáticas» ao longo do caminho, imaginem... É um atleta de folego superior a qualquer umm dos Gim Class Heros mas, lamentavelmente, não sabe cantar.

Também não faz mal. Já há por aí muita música a chorar pelo Planeta, para se ouvir enquanto se anda de bicicleta.

O projecto Ride Planet Earth «tem o transporte ambientalmente sustentável e o impacto das alterações climáticas nos países não-industrializados» e conta já com a adesão de cidades europeias como Barcelona e Madrid (Espanha), Belgrado e Novi Sad (Sérvia), Bucareste (Roménia), Budapeste (Hungria), Copenhaga (Dinamarca), Coventry, Londres, Manchester e Nottingham (Reino Unido), Edimburgo (Escócia), Istambul (Turquia), Maastricht (Holanda), Milão (Itália), Paris (França) Viena (Áustria) e Tiblisi (Geórgia).

Uma "farpinha" para a Carris: é óptimo trazer a iniciativa para Lisboa, mas é falta de chá criticar a desactualização do blog de um senhor que pedala pelo Planeta. Se calhar tem mais que fazer, não? Treinar e assim... Se as empresas que apoiam a iniciativa lhe disponibilizassem assessoria para manter a comunicação em dia é que era!

Critiquem antes esta minha "salada", se vos apetecer...

Já agora, bom almoço para todos.

2Comentários

à s 1:06 da manhã, Blogger Cláudia Vau disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

 
à s 1:11 da manhã, Blogger Cláudia Vau disse...

Que pena a Carris não comentar este post... Aposto que também ainda não respondeu a este outro post, do «blogue Menos Um Carro, o verdadeiro», que teve a amabilidade de me elucidar:

URL: http://menos1carro.blogs.sapo.pt/189055.html

As pessoas responsáveis pela VERDADEIRA iniciativa "Menos Um Carro" (que já tem 3 anos) são afinal activistas da sociedade civil, que a Carris nem sequer contactou antes de lançar o seu projecto no mês passado.

Pelos vistos, na Carris lêem-se e criticam-se blogues estrangeiros, mas aos blogues portugueses vão-se buscar boas ideias para plagiar e depois é o que se vê: nem um comment...

Eu tinha vergonha, sinceramente!

 

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