"A Economia Social e o
Desenvolvimento Local" na ESCE
Portugal enfrenta dificuldades socio-económicas que, em parte, decorrem da manifesta insuficiência do Estado enquanto agente de bem-estar social. Como esta não é uma situação conjuntural, outras organizações são cada vez mais chamadas a intervir na minimização dos problemas da sociedade. E num país que, sendo pequeno em extensão, tem grandes assimetrias interior-litoral /cidade-província, a solidarização de interesses (públicos e privados) assume uma importância crítica a nível local, onde às adversidades mais "genéricas" se somam constangimentos específicos.
O desenvolvimento do terceiro sector – não lucrativo e pró-social – é subsidiário do envolvimento empresarial e tende, em contrapartida, a funcionar como alavanca para a reputação das empresas que apoiam organizações sem fins lucrativos (OSFL) da comunidade a que pertencem. A protecção estatal e autárquica pode também ditar a viabilidade das OSFL, mas se esta protecção é certamente escassa em alguns casos, pode também ser perversa. Basta pensar "naquela" OSFL que não é seriamente dirigida, e que benificia da mesma moldula jurídica que é condição de sustentabilidade para muitas OSFL de referência.
Atenta a estas questões, a Escola Superior de Ciências Empresariais (ESCE) do Instituto Politécnico de Setúbal promoveu uma ampla pesquisa de entidades com capacidade de dinamização do sector social na região, por parte de estudantes dos seus diversos cursos.
Não é, portanto, de estranhar que uma centena de alunos da instituição, empresários e representantes de OSFL tenham estado no Anfiteatro da ESCE para o seminário "A Economia Social e o Desenvolvimento Local", que preencheu a manhã de ontem, dia 9 de Maio.
Pedro Anunciação, presidente do Conselho Científico, deu as boas vindas aos participantes deste evento, que se integra num Ciclo de Seminários sobre Economia. A intervenção de enquadramento foi de Boguslawa Sardinha (docente da ESCE).
Francisco Pinto (Universidade do Algarve) falou da gestão da performance das OSFL e Carlos Clamote (Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social) apontou as vantagens e implicações do marketing de causas para as empresas e para as OSFL, no quadro da responsabilidade social empresarial (RSE). Referiu também alguns casos concretos e as críticas mais comuns a este tipo de marketing, distinguindo as lógicas de:
- marketing de causas, que implica «a utilização de fundos, técnicas e estratégias de marketing para apoiar causas de interesse da sociedade ao mesmo tempo que se promove o negócio da empresa»;
- e marketing social, que associa a transacção de determinados produtos ou serviços a uma causa social, para a qual a empresa contribui com parte dos rendimentos daí resultantes.
Depois do coffee-breack, Orlando Santos apresentou o “Caso da Aldeia Desportiva de Sarilhos Pequenos”, seguindo-se uma intervenção de Fernando Parreira Rosa - presidente da Federação Nacional das Cooperativas de Consumidores (FENACOOP) - sobre o papel que estas cooperativas desempenham no desenvolvimento local. A última palestra, intitulada “Economia Social e Solidariedade – Componentes do Desenvolvimento", foi proferida por Eugénio Fonseca (presidente da Direcção da Cáritas) e o encerramento do seminário esteve a cargo de Jorge Caiado (professor-coordenador do Departamento de Economia e Gestão da ESCE).
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Fonte: NG, ESCE.
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