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sábado, março 29, 2014

Recomendações no LinkedIn



"ÉTICA PESSOAL" + CHÁZINHO PARA LEIGOS E CÉTICOS

De tempos a tempos, vejo-me numa posição peculiar no que diz respeito a recomendações, e por estar já um bocado farta disso, passo a anotar o que penso e faço, para depois poder arquivar (pelo menos, o "Capítulo LinkedIn"):

1. Peço (e dou) recomendações a contactos profissionais e pessoais com frequência, normalmente através do LinkedIn.

As referências são importantes aqui na Inglaterra, e eu uso muito o LinkedIn, até porque (também) trabalho com redes sociais. Comentar o percurso profissional e académico de alguém ajuda a credibilizar e legitimar esse percurso, aos olhos de quem (ainda) não conhece o trabalho da pessoa em causa. Entendo que alguns "continentais" possam ser mais agarrados às recomentações e não gostem de as distribuir publicamente, talvez porque dizer bem de alguém não seja uma pratica muito corrente por aí; mas deixemos de parte as justificações baseadas em clichés e preconceitos nos quais não me revejo, e limitemo-nos ao que "é".

2. Normalmente envio um pedido standard, o que me parece um procedimento adequado na rede (facilita a leitura do pedido, o processamento da recomendação e a criação de uma recomendação reflexa). 

Dependendo das definições de privacidade, as recomendações no LinkedIn são públicas e autosuficientes. Questões legítimas - como a finalidade da recomendação, e a necessidade de estar disponível para contacto de confirmação de referências - são pertinentes fora do LinkedIn, porque nessa rede, em princípio, as recomendações dizem respeito a uma função desempenhada, mas são dirigidas ao público em geral, servindo para ajudar a credibilizar o perfil da pessoa recomendada. No LinkedIn não há normalmente lugar a contactos de terceiros para confirmação de referências, por causa de recomendações escritas.

3. Atenção: recomendar alguém com base em experiências curtas ou pontuais é tão relevante quanto por longos periodos de trabalho, principalmente nos tempos que correm.

Obviamente o conteudo da recomendação adequar-se-á e será diferente se disser respeito a 10 anos de trabalho, a um projecto pontual (como um workshop ou uma performance, por exemplo), a um trabalho curto, part-time ou temporário, a um livro ou a um periodo de formação.

4. Por um lado, obviamente aplica-se aqui o princípio de que "se não tens nada de positivo para dizer, não digas nada"; por outro lado, se o meu contacto quiser ser especialmente elogioso, pode precisar de tempo e inspiração para fazer a recomendação, e nesse caso, demorará a responder.

No meio (como a virtude) estão os contactos que simplesmente respondem e recomendam logo, ou então pedem ajuda para o fazer, para já não falar dos "anjos" que recomendam espontaneamente. Confesso que eu própria levo o meu tempo a escrever recomendações, mas sei muito bem o que é justo e verdadeiro de acordo com a minha experiencia interpessoal, e quem faço questão de elogiar! 
Mas existem também aqueles contactos que não dizem nada ou dizem que "não podem recomendar", tendo gozado, usado e (em alguns casos) abusado das minhas competências, o que é triste, mas engraçado ao mesmo tempo.
Existem ainda os que dizem "ah, vou fazer a tua recomendação quando tiver mais tempo" e nunca chegam a escrever nada, porque na realidade se estão a marimbar (ou para mim, ou para o LinkedIn). 
E eis que me apetece cantar "Tudo isto existe. Tudo isto é triste..." Mas não chega a ser fado.

[Continua]


Este texto foi publicado como Nota de Facebook e Guest Post no LinkedPortugal,
a 26 de Março de 2014.



TIMIDEZ (D)E MORTE

[Continuação]

5. Com elegância e cortesia, o LinkedIn convida a retribuir cada recomendação que recebemos, mas ninguém é obrigado a recomendar ninguém. Haja bom senso e assertividade! 

Isto faz-me lembrar a forma como as pessoas lidam com a palavra "amor" e o verbo "amar": algumas pessoas não tocam nessa terminologia nem com uma vara de 7 metros; outras pessoas usam-na a torto e a direito; quase todas esperam que alguém a quem confessam o seu amor retribua o sentimento, mas isso nem sempre é possível ou verdadeiro. 
Pessoalmente, recomendo quando tenho algo de suficientemente bom para escrever sobre alguém, e oportunidade para o fazer (é algo que me faz sentir bem em rede). Não espero para retribuir uma recomendação que eu própria tenha pedido. 
Também peço recomendações a pessoas sem as recomendar, até porque existem casos em que não posso comentar nenhuma das funções listadas no perfil. Nesses casos, quando viável e suficiente, fico-me pelos endorsements - muitos deles também sugeridos pelo LinkedIn - ou então faço uma recomendação para uma função ou escola ainda não listada no perfil da pessoa, o que pode ser aceite ou não, por quem pretendo recomendar. E isto pode dever-se aos mais diversos motivos, designadamente a uma utilização limitada do LinkedIn (as redes sociais podem roubar tempo e de certa forma substituir a interação face-a-face, o que não é necessariamente desejável). 


6. Compreendo e aceito diferentes níveis de timidez e reserva no LinkedIn, como noutras redes. 

E, obviamente, gosto de ser respeitada nas redes, de acordo com o uso que faço delas. Confesso que é agradável quando as pessoas que mais respeito, admiro e quero elogiar, se revelam também acessíveis e simpáticas; já é estranho quando alguém que conheço pessoalmente tem para comigo atitudes incoerentes em diferentes redes sociais, mas a premissa desta alínea é "compreendo e aceito."


7. No LinkedIn como noutras redes, existem utilizadores de todos os tipos, dos frenéticos aos completamente inativos, e até alguns já falecidos, que obviamente não podem aceitar nem escrever recomendações. 

Em certos casos, uma tentativa de interação numa rede social demora anos a merecer resposta, ou pura e simplesmente nunca chega a gerar qualquer tipo de aceitação ou feedback.
Costuma dizer-se que se os conselhos fossem bons, não se davam, vendiam-se (e há, de facto, bons conselhos à venda por aí). Este meu conselho vale o que vale, mas eu não resisto a passá-lo, completamente de graça: não percam a oportunidade de dizer "obrigada" ou "bom trabalho".

FIM

Texto também publicado como Guest Post no LinkedPortugalno dia 29 de Março.
Muito Obrigada, Pedro Camanez!

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