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segunda-feira, setembro 19, 2016

ROLE TRAINING

Este blog é 'agora' narcisisticamente autobiográfico e auto-promotor, se é que a palavra existe - considerem-se devidamente avisados.
A intersecção das relações públicas com a responsabilidade social partilha valores com encruzilhada em que hoje me encontro, mas quero reposicionar-me mais expressamente. Se não gostam de metáforas nem de anglicismos, talvez seja melhor não lerem mais.

CLAUDIA VAU || action-methods practitioner

 group and 1:1 action work

Uma série de pedras tipo 'pesqueiras' permitiram-me atravessar tanto aguas turvas e estagnadas, como correntes mais ou menos tumultuosas nos últimos 10 anos, e chegar ao que faço hoje, um tanto alternativamente, aqui em Londres; pedras de toque, algumas delas verdadeiras pedras angulares da minha formação e reinvenção profissional, como por exemplo, o Mestrado em Comunicação e Artes da Universidade Nova de Lisboa, a pratica de Teatro Playback, o programa Grundtvig, e finalmente, o meu Estágio de Saúde Mental como aluna de Pós-graduação do London Centre for Psychodrama entre Setembro de 2013 e Fevereiro de 2014, numa Comunidade Terapêutica para utentes com Transtornos de Personalidade e Necessidades Complexas, integrada nos Serviços de Saúde Comunitária de Milton Keynes, cidade inglesa em Buckinghamshire.
Pertencente ao Serviço Nacional de Saúde (NHS - National Health Servicedo Reino Unido, o Serviço de Necessidades Complexas de Milton Keynes foi lamentavelmente encerrado pouco depois deste Estágio. A minha experiência resultou ainda assim num artigo sobre a combinação de "Psicodrama e Terapia Cognitiva Comportamental" ('Psychodrama Psychotherapy and Cognitive Behavioural Therapy'), publicado em Outubro de 2014 pelo 'Jornal Britânico de Psicodrama e Sociodrama' (The British Journal of Psychodrama and Sociodrama).
Entretanto, trabalhei e prestei voluntariado em Comunidades Terapêuticas, Organizações de Solidariedade Social e Clínicas (como a Richmond Psychosocial Foundation InternationalIslington Medium Support ServicesKids Company, Her Majesty's (HM) Prison Service, The Recover Clinic, e o programa de desenvolvimento juvenil Teens and Toodlers)facilitando sessões de grupo com aplicação de métodos de acção dramática (action-methods), como profissional independente.
Existem mais métodos de acção; estes são os que eu privilegio:

  • Teatro Playback - modalidade de teatro improvisado, baseada em histórias contadas por membros do público, ou do grupo;
  • Psicodrama - 'produção teatral' de experiências individuais e relacionais, com cariz reparatório, participação e testemunho do grupo e/ou do psicoterapeuta;
  • Sociodrama - se o psicodrama pode ser descrito como a representação dramática da narrativa individual ou 'drama do individuo', sociodrama pode ser definido como 'drama do grupo', ou da própria sociedade.

Aplico estes métodos nos serviços que presto sob supervisão clinica de Marcia Karp (pioneira e impulsionadora do Psicodrama no Reino Unido), no domínio da Facilitação de Grupos e daquilo a que chamo Ensaio ou Treino de Papeis - em inglês, 'Role Training'.

  • Que  tipo de 'Ensaio' ou 'Treino'? Ensaio ou treino de espontaneidade - sim, espontaneidade (*) - para desenvolvimento saudável de todos os papeis desempenhados na vida, sejam eles marcados por padrões rígidos e antigos, ou ainda não reclamados como parte integrante do self.
  • Que 'Papeis'? Literalmente, todos os papeis possíveis e imaginários - papeis sociais (desempenhados em relações familiares, profissionais e grupais), papeis somáticos (físicos e psicossomáticos) e papeis psicodramáticos (psicológicos, imaginários e mágicos).

Pergunto-me se a médio ou longo prazo, os serviços que presto terão procura em Portugal, ou se estou a tecer um casulo para passar o resto da vida deste lado do charco, fora do meu país.


Nota:
(*) Gosto particularmente da metáfora de espontaneidade como 'baralho de cartas' usada pela inspirada e inspiradora Elizabeth (Liz) Anne White (1932-2014), a quem hoje se juntou a já saudosa Zerka Toeman Moreno (1917-2016), co-fundadora do psicodrama e viúva do próprio Jacob Levy Moreno (1889-1974). 
Partilho 2 excertos do livro 'Still Life - A therapist's responses to the Challenge of Change' (White, 2011: 15-6), sem intenção de violar direitos de autor, e apenas porque me parece estar em causa uma 'coincidência' télica, ou um exemplo de tele - empatia bi-direccional, de acordo com J. Moreno (1953) - entre Liz White e eu própria, quando criei a imagem gráfica com cartas acima, sem ter lido ainda as linhas a baixo. 


Referencias:
  • Moreno, Jacob (1953). Who Shall Survive? (2ª Edição). Nova Iorque: Beacon House Inc.
  • Vau, Claudia (2014). “Psychodrama Group Psychotherapy and Cognitive Behavioural Therapy in the Milton Keynes Therapeutic Community” in The British Journal of Psychodrama and Sociodrama. Outubro de 2014. Volume 29. Numeros I & II. Londres: British Psychodrama Association.
  • White, Liz (2011). “Part 1. Awakening'” in Still Life. The therapist’s responses to the Challenge of Change. Toronto: Liz White in Action.

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